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Pará está entre os piores índices de cobertura vacinal contra Covid-19, aponta consórcio de imprensa
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O estado do Pará figura entre os piores índices de cobertura vacinal contra Covid-19, de acordo com os dados mais recentes do consórcio de veículos de imprensa, divulgados na quarta (13).
Até então, 51,26% da população recebeu a 1ª dose, deixando o estado à frente apenas de Roraima, com 50,85%. Foram 4.499.484 doses aplicadas no Pará.
Já em relação à imunização completa, 32,67% da população recebeu a 2ª dose. Foram 2.867.829 doses. O estado fica logo após o Amapá (25,75%) e Roraima (25,24%) no ranking.
O g1questionou sobre o avanço lento da cobertura vacinal no estado, mas não havia obtido resposta até a publicação da reportagem.
Chegada de doses x proporção populacional
Chegaram ao Pará 11.179.475 doses, até então, sendo que 7.367.313 foram aplicadas. As vacinas de dose única ainda não foram contabilizadas no levantamento da Secretaria de Estado de Saúde Pública (Sespa).
Desde o início da imunização, o governo do Pará tem registrado pedidos de aumento do quantitativo de doses enviadas pelo Ministério da Saúde, para que seja proporcional à população total do estado.
Em fevereiro, o governador Helder Barbalho (MDB) já havia solicitado ao então ministro Eduardo Pazuello, afirmando que o Pará foi o estado que menos recebeu vacinas de forma proporcional.
Já em setembro deste ano, Barbalho anunciou a compra de 1 milhão de doses da vacina CoronaVac, diretamente com o Instituto Butantan, após fim de contrato com o Ministério da Saúde.
O primeiro lote chegou no último dia 27 de setembro. À época, o governo disse que havia notificado o Governo Federal sobre a defasagem no número de vacinas recebidas e que a aquisição feita com o Butantan seria para complementar o quantitativo.
Sobre o custo da negociação direta, o governo estadual disse que a dose custa US$ 10,30, no mesmo valor comercializado pelo Ministério da Saúde.
Vacinação no Brasil e nos estados nesta quarta-feira — Foto: Arte g1
Imunização a longas distâncias
Um dos problemas para o avanço da vacinação são as longas distâncias. Em Altamira, sudoeste do estado, 300 quilômetros é a distância que equipes de imunização da cidade tiveram de se deslocar na quarta (13) para chegar até comunidades ribeirinhas da Reserva Extrativista do Rio Iriri, na área rural da cidade.
As equipes de imunização do município foram novamente à reserva extrativista, precisando viajar de carro até um porto, de onde partem em uma embarcação do tipo voadeira até os moradores mais afastados. Muitos ainda não tinham tomado nem a primeira dose do imunizante.
A ação na reserva extrativista também ofereceu atualização da carteira de vacinação de crianças e adolescentes, com imunização contra sarampo, gripo e febre amarela.
A coordenadora de imunização, Gelma Ramos, explicou sobre a importância de chegar a estas localidades.
“Nosso trabalho é levar a imunização a toda população de Altamira, então nesse sentido a população rural, ribeirinha, toda deve ser contemplada também com a 1ª e 2ª doses e ainda vamos trabalhar também para levar a 3ª dose para essa população. Por isso termos a população ribeirinha praticamente toda imunizada é muito importante, visto que a Covid-19 chega em todas as regiões, em todos os locais, por mais distantes que sejam”, afirma Ramos.
Até então, somente no município, 1.042 ribeirinhos receberam a 1ª dose e 543 a 2ª dose. Também já foram aplicadas 76 doses únicas nesta população específica. Os números específicos da ação desta quarta não foram divulgados. Em toda a cidade, foram aplicadas 121 mil doses, sendo 72 mil na 1ª aplicação e 47 mil na segunda.
G1.globo.com